Esse conto de Capote nos traz uma senhora de sobrenome H.T. Miller que vive sozinha em um apartamento, que não tem amigos e que não mal fala com seus vizinhos, ela é uma pessoa um tanto solitária, porém só se dar conta sua solidão quando percebe que em momentos de desespero não tem a quem recorrer. Essa senhora encontra uma garota de aparência estranha e a menina pede para a senhora Miller compra a sua entrada para o cinema, pois não deixariam ela entrar caso ela fosse comprar sozinha. A senhora Miller a ajuda e a partir daí a garota aparece no apartamento da senhora Miller e tira sua vida dos eixos, porém de uma maneira bem misteriosa e um pouco assustadora.
O conto é narrado em 3ª pessoa, narrador onisciente. Existe uma duplicidade presente na construção das personagens, em algumas partes do conto acreditamos que uma é o reflexo da outra (mais nova) até mesmo que a Miriam é um desejo guardado a muito tempo na mente da senhora Miller (desejo maternal) que ganhou "vida" e agora a atormenta.
Outros momentos o leitor pode achar que Miriam é um fantasma agourento que aparece para assombrar a senhora Miller. As interpretações sobre o conto e as personagens é um leque de possibilidades. O conto é gostoso de se ler e fixa na mente, gera discussões prazerosas sobre o enredo, personagens e cenário que se passa, e podemos contar com aquele friozinho na espinha com o fim do conto que faz arrepiar os cabelos (leiam).
Sobre minha percepção das personagens acredito que Miriam faz parte da senhora Miller, e que a garota seja um sonho que a senhora teve ou tem sobre a companhia perfeita para sua solidão, porém a aparição da garota é tão fantástica e abrupta que isso assusta consideravelmente a senhora Miller, que já se acostumou com sua vidinha sem muita emoção, porém percebemos que lá no finalzinho do conto, que a senhora Miller mesmo relutante sente falta e quer aceitar que precisa da garota e a garota precisa dela, pois ambas se completariam e se complementariam.
Claro posso está errada, pois como disse o conto abre um leque de considerações e cada um é um mente e mentes pensam deferentes.
Próximo conto: O elixir da longa vida - Honoré de Balzac
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