terça-feira, 30 de agosto de 2016

Fale! - Laurie Halse Anderson

Resultado de imagem para Fale - Laurie Halse AndersonResultado de imagem para Fale - Laurie Halse Anderson

Fale! conta a história de Melinda uma garota que tornou-se detestada por todos seus amigos após telefonar do meio de uma festa promovida por adolescentes do ensino médio de sua escola, nessa festa algo aconteceu e por isso Melinda telefonou para a polícia, porém a própria Melinda não ficou para falar o que tinha acontecido e mesmo depois de tudo e de enfrentar bullying de suas ex-amigas e de alguns alunos Melinda ainda não consegue falar, e aos poucos deixa de falar sobre qualquer coisa, deixa de dar sua opinião, pois acredita que isso não tem importância e aos poucos o simples ato de falar se torna doloroso e desnecessário para ela.


Quando comprei o livro pensei que ele iria seguir mais sobre a premissa do bullying escolar e focar nisso, porém nessa história, nos deparamos com o mundo fechado daqueles que não conseguem expressar suas dores, angustias, sofrimentos através da fala, nesse caso a Melinda ela se retrai, deixa de se expressar para suas amigas, seus professores e seus pais, pois a mesma não acredita que essas pessoas possam ajudá-la ou entender o que acontece e aconteceu com ela.
Gostei muito da narrativa em primeira pessoa, pois deu pra sentir toda angustia e medo que a Melinda sentia, a narrativa nós deixa a par do que aconteceu com ela aos poucos, e nos mostra como ocorreu o processo de isolamento da personagem, ela em muitos momentos até se surpreende ao percebe que sua mãe percebeu que ela não estava mais falando. Ele realmente deixa de conversar com as pessoas ela prefere se afastar do que falar.
Para quem não gosta de spoilers infelizmente o livro entrega o que aconteceu com Melinda muito antes do leitor começar a ler a história em si, pois nas páginas pré-textuais tem um poema que revela veladamente o que a personagem tenta esconder e não falar desde o começo da história, porém isso para mim não tirou o encanto da leitura.

Se você já leu comenta ai o que achou.



domingo, 28 de agosto de 2016

As Meninas - Lygia Fagundes Telles



Estou eu aqui com ressaca literária após ler o livro As Meninas da escritora paulistana Lygia Fagundes Telles. Apesar de depois da leitura eu ter definido a obra como uma das melhores que já li, confesso que não foi uma leitura fácil, a minha ressaca não provém de uma noitada de leitura ininterrupta, pelo contrário, as doses eram tão fortes que degustei-a tão vagarosamente que demorei mais de uma semana para ler um livro com cerca de 250 páginas por considerar certos capítulos um pouco pesados, o que torna a ressaca ainda pior. 

O livro, narrado sempre em primeira pessoa com fluxos de consciência das personagens que por vezes se misturam num mesmo capítulo, traz a tona a introspecção de personagens bem complexas e, por vezes, problemáticas. Mas por que eu gostei tanto de um livro tão tenso como esse? A questão é que tenho queda por livros que mexem comigo, positiva ou negativamente e esse mexeu de todas as formas possíveis, desde meus sentimentos até meu próprio psicológico. Mas bem, vamos por partes, go to the enredo!

A história de todo o livro basicamente gira em torna das três narradoras: Lorena, Lia e Ana Clara (mas por vezes podemos ver a presença de um narrador onisciente), todas universitárias, que moram num pensionato de freiras em São Paulo. É ambientada em torno da ditadura militar, mas esta não é o enfoque principal do texto, embora seja possível se deparar com alguns fatos e depoimentos que funcionam como plano de fundo, Lygia foi muito corajosa e ousada ao publicar tal livro nestas circunstâncias, se não me engano em 1973, quando a censura ainda pairava sobre todos, no livro, inclusive, ainda é possível ter acesso a um depoimento de uma vítima das torturas ocorridas na época, depois descobri que este fora o primeiro relato publicado, isso, somado a escrita e aos tantos assuntos tabus encontrados no livro (masturbação, homossexualidade, liberdade feminina, drogas, etc.) pude perceber que Lygia Fagundes Telles é uma escritora a frente de sua época, antes disso só havia lido o conto de sua autoria Venha ver o pôr do sol, que tem um estilo mais sombrio que também me cativou, mas por descuido meu, acabei não dando continuidade a conhecer as suas obras até esta ser indicada e me fazer querer começar isso a partir de agora.

A personagem mais presente no livro é a Lorena, a estudante de Direito, burguesa, delicada e sonhadora, é muito se comentado sobre a sua virgindade, pois a mesma a guarda para a sua grande paixão, M. N., homem casado e pai de família que a ilude com cartas de amor e com telefonemas que nunca acontecem (alguns fatos ocorridos durante o enredo me fazem questionar a sua existência, mas é uma visão subjetiva, e quem ler irá entender o porquê desta minha teoria, mesmo que não concorde). Lorena, apesar de pensar em coisas muitas vezes encaradas como fúteis, costuma ajudar as amigas, seja com um conselho ou em situações financeiras, já que dinheiro não lhe é problema, mas por vezes essa preocupação chega a ser até controladora, não são raros os momentos em que alguém entra no seu quarto e ela vai logo induzindo a um banho, limpando uma sujeirinha aqui ou ali da roupa do outro ou até colocando a blusa para dentro da calça do visitante, fato muito ocorrido com Lia, nossa segunda personagem meio desleixada, que faz curso de Ciências Sociais, embora falte mais que compareça às aulas. Está sempre envolvida em questões revolucionárias, assim como o seu namorado Miguel, repetidas vezes citado mas ausente devido a alguns problemas. Nunca abre mão de um discurso político, feminista, ou seja qual for o assunto em pauta de seu interesse, é a mais coerente e sensata, diria eu, pois diferente da sonhadora Lorena, que vive no mundo da lua pensando no amante e em casamento com enxurradas de fluxos de consciência de passado-presente, além do seu detalhismo com tudo, os capítulos com a Lia são mais tranquilos e também não chegam nem perto da confusão mental que é ao ler os capítulos com a Ana Clara, a que eu tive mais dificuldade de ler. Ana Clara é a estudante de Psicologia, mas pouco se interessa pelo curso, muito bonita e as vezes um pouco preconceituosa, sua vida se resume a drogas e sonhos com um futuro que lhe garanta riqueza e conforto, tem um noivo rico, mas este também não aparece na história (foi um fato que achei curioso na história, pois as grandes paixões das meninas, embora constantemente citadas, são elementos de segundo plano do qual não se tem contato direto), no entanto, Ana Clara tem um Amante, o contrabandista de drogas, e quase todas as partes do livro que a envolve inclui um diálogo entre eles misturado a lembranças de um passado difícil com a sua mãe. 

Muitas pessoas não gostam do final do livro pois incluem atitudes que possam deixar as pessoas incrédulas, mas de certo modo ele transmite uma certa reflexão a respeito das circunstâncias da época, e apesar de ter me deixado mal, não o considero ruim. 

Bem, estas são as minhas reflexões e visões a respeito do livro, provavelmente ainda vou passar alguns dias pensando nele, pois ele é desses que faz você ficar refletindo e analisando-o, talvez até surja novos pontos de vista neste processo, mas por enquanto este é o meu parecer. Espero que tenham gostado, e não deixem de comentar! 

Obs.: Há uma adaptação do livro para o cinema de 1995 que ainda pretendo ver, fica a dica também para quem se interessar. Comento-o em uma outra oportunidade. ;)


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O elixir da longa vida (Honoré de Balzac) - Quinta do Conto

O conto narrado em 3ª pessoa onisciente, narra a trajetória de Don Juan Belvidero, começando pela morte de seu pai e mostrando a vida leviana que este levava até o seu desfecho. A história começa numa noite de festa na mansão dos Balvideros, enquanto Don Juan aproveitava sua festança seu pai jazia moribundo em seu quarto, em meio a festa um doa empregados chama Don Juan e lhe fala que seu pai está morrendo e que está chamando por ele (o filho), chegando ao quarto do pai Don Juan ver a figura de seu pai muito degradada. O pai confessa a Don Juan que descobriu como viver novamente e explica sem muitos detalhes o que quer que seja feito, mas Don Juan acha que seu pai está delirando, assim que o velho morre todos os proclamas são providenciados, porém o que o pai disse a Don Juan fica em sua mente e ele resolve fazer o que o pai lhe pediu, mas ao ver que o pai lhe falou a verdade sobre o elixir ele decide não continuar com os preparativos para a volta a vida do seu pai e interrompe de forma cruel o primeiro movimento de vida presente no corpo de seu pai.
Na segunda parte do conto Don Juan aproveita sua vida e a herança de seu pai, com o passar dos anos casa-se e tem um filho. Quando se encontra na mesma condição de seu pai próximo a morte pede a seu filho que unte seu corpo com o elixir assim que a morte chegar e seu corpo ainda estiver quente, Don Juan utiliza a bondade e crença o filho ao seu favor, assim sendo o garoto faz o que lhe foi pedido pelo pai na hora da morte, porém as coisas não dão muito certo e Don Juan volta a vida, mas não da forma que sonhou.

O Conto é uma critica aos costumes burgueses, cheio de ironia que chega a ser cômica no fim da história, faz critica a religião cristã. O conto é recheado de uma narrativa que mistura o real e o fantástico, fazendo com que o leitor queira chegar ao fim da história, pois em algumas partes a narrativa é um pouco monótona, por causa das descrições muito prolongadas (minha opinião). É um conto interessante e que faz o leitor pensar sobre a ironia da vida.


Boa leitura
Comenta o que você achou do conto.


terça-feira, 23 de agosto de 2016

A mão misteriosa - Agatha Chirstie

crime yorkshire escritor desaparecimento

Terminei essa semana de reler esse outro livro de Agatha Christie, nesse ela traz para desvendar o assassino misterioso Miss Jane Marple.


Resultado de imagem para a mão misteriosa agatha christieResumo: A cidadezinha de Lymstock só oferecia paz e tranquilidade, e seus habitantes aparentemente tinham tudo para serem felizes. Até que uma mão, dissimulada, começa a semear o conflito, o escândalo e, aos poucos, irrompe no terreno do crime, da atrocidade... por correspondência.
Vêm à tona então todas as reservas de desconfiança e de maledicência e a cidadezinha passa a ferver. Um assassino extremamente calculista e cruel continua à solta, tramando desgraças.
Em meio a tudo isso, só os olhos de miss Jane Marple não se deixam enganar: conseguem ver através da noite - e da névoa onde tantos vão se perdendo.

Essa história não me agradou muito, apesar de não lembra se já tinha lido, achei o desfecho um tanto previsível e teatral. O desenvolvimento da narrativa é muito lenta e as vezes chatas, o clima de mistério em algumas partes é muito bom, porém o desfecho do mesmo a descoberta do assassino não me agradou, pode funcionar para alguns, mas acredito que não foi legal para mim, por eu ter lido outros livros da autora que ela usa a mesma formula no desenvolvimento e desfecho da história.

O narrador em 1ª pessoa, só vemos e sabemos o que ele vê e descreve para  leitor, muito do que ele descreve nos leva a olhar para todos como pessoas suspeitas, toda a pista de quem é o criminoso o narrador oferece de bandeja, pelo menos no meu caso percebi logo quem poderia ser, mesmo que em alguns momentos tivesse dúvidas, esse foi fácil de descobrir.
Fiquei me perguntando quando Miss Marple iria aparecer, ela demora a surgir na história, aparece e conversa duas vezes com o Sr. Burton (o narrador) e já sabe quem é o culpado.
Indico, pois Agatha consegue prender o leitor até o fim, mesmo que tenhamos certeza de como a história terminará, esse e outros livros dessa autora é um ótimo exercício mental é uma leitura  agradável.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Todo dia - David Levithan

Resumo: Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Confesso que comecei a ler esse livro com desconfiança por que o foco central me lembrou muito Romeu Imortal/ Julieta Imortal, na questão de troca de corpos etc, mas que bom que me enganei. O livro de Levithan tem uma estrutura narrativa muito bem feita, gostei da premissa de que o ser de nome A não tem gênero definido, ele é só um ser que acorda todo dia em um corpo diferente seja homem ou mulher sem se preocupar qual sexo ele tem. 


Levithan mostra de um jeito doce, lindo e puro a forma de amar olhando para dentro das pessoas, sem se preocupar com sua aparência. A se ver com difícil tarefa de fazer-se ser amado pela pessoa por quem está apaixonado, mas como fazer isso se você está em corpos diferentes TODOS OS DIAS?, mesmo assim ele não desiste.
O próprio A considera-se um mistério, ele busca viver cada dia sem interferir na vida do corpo que está habitando, ele é um ser que procura viver, apenas viver da melhor forma puder, mesmo que seja em corpos diferentes. 

Levithan em algumas partes da história coloca de uma maneira poética os sentimentos de A e sua maneira de ver e viver, o autor criou diversos personagens quais A habita com cargas emocionais tão bem estruturadas quais A tem que conviver pelo dia que está no corpo delas gerando assim um imenso mistério sobre o que acontece com essas pessoas depois que A vai embora, o leitor fica questionando sobre isso junto com o personagem A. Fiquei pensando angustiada no final do livro, sobre como iria terminar, se seria algo muito fantasioso, fora da estrutura narrativa que o livro carrega desde o começo, temia detestar o fim, pois estava amando a história, mas me surpreendi com o final, apesar de triste achei o fim muito bem feito, sem exageros ou com um plot twist ridículo.
É uma leitura leve, um romance diferente e muito bom.

Livro de David Levithan.:

Você já leu? Gostou? Detestou? comenta o que achou do livro.
Bjs :)

sábado, 20 de agosto de 2016

Outlander: A libélula no âmbar (Diana Gabaldon) Diário de Leitura - Parte II


Outlander: A libélula no âmbar (Diana Gabaldon)  Diário de Leitura - Parte I

COM SPOILERS

Na primeira parte dessa leitura fiquei na página 100 e agora estou na página 245, li pouco eu sei, mas estou lendo outros livros fora esse, mesmo lendo poucas páginas resolvi postar sobre os acontecimentos que se desenvolveram na história.
Claire consegui fazer um novo inimigo, que segundos alguns personagens é muito poderoso e pode tentar matá-la, já não bastava o Jack Black Randall agora temos esse novo "vilão" que é nada mais que o Conde de St. Germain (se você nunca ouviu falar dele dá uma pesquisada ele foi uma pessoa bem interessante). Claire e Jaime ficão bem conhecidos na corte parisiense tão conhecidos que conhecem e participam da alta roda de Paris conhecendo também o rei Louis XV.
O motivo para Jaime e Claire estarem na França (que é tentar parar o levante jacobita) é um pouco deixado de lado, a narrativa passa a focá-se mais na vida e envolvimento deles com as pessoas de influências da França, porém o plano é trazido a tona por Jaime em um momento de angústia quando ele revela para Claire temer que todo o trabalho deles seja em vão e que o levante ocorra levando a Escócia a derrota eminente.
O romance e o amor entre as personagens ganha um foco menor porém muito intenso nas declarações simples e lindas de amor que Jaime faz a Claire.

" Bem, vou lhe dizer, Sassenach (Claire), "graciosa", provavelmente não é a primeira palavra que me ocorre à mente quando penso em você. (...) Mas eu converso com você como se conversasse com minha própria alma."

Durante a leitura do primeiro livro e até nessas páginas que já li nesse segundo livro, me perguntava sobre Frank (o primeiro marido de Claire) e se ela esqueceu dele assim tão rápido e fácil, e sobre o que aconteceu com ele quando ela desapareceu, mas ainda não é explicado, porém Gabaldon não deixa Claire nem o leitor esquecer dele, a autora coloca momentos na narrativa que fazem Claire pensar em Frank, achei essa parte muito boa,  até  por que Claire agora ama Jaime, mas ela amou muito o Frank isso é tão claro que ela não tirou a aliança do casamento (ela usa as duas alianças) e acreditava que ela abandonar as lembranças e o amor que ela sentia por Frank assim tão rápido faria a história muito fantasiosa, contudo tem uma parte na narrativa que ela sonha com Frank e o leitor percebe que ela ainda tem um enorme carinho por ele, e que pensa nele e como o seu desaparecimento pode ter feito muito mal a Frank.
Apesar de não ter gostado muito do começo do livro pelo simples fato que se passou vinte anos, e que são vinte anos de Claire e Jaime separados, sabendo que a explicação para esse tempo transcorrido está no fim do livro (ou no terceiro livro) e foi por isso que desgostei um pouco.

São calhamaços gostosos de se ler.
Espero que tenham gostado.
Deixem comentário dando sua opinião.
Bjs e até a próxima postagem

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Miriam (Truman Capote) - Quinta do Conto

Esse conto de Capote nos traz uma senhora de sobrenome H.T. Miller que vive sozinha em um apartamento, que não tem amigos e que não mal fala com seus vizinhos, ela é uma pessoa um tanto solitária, porém só se dar conta sua solidão quando percebe que em momentos de desespero não tem a quem recorrer. Essa senhora encontra uma garota de aparência estranha e a menina pede para a senhora Miller compra a sua entrada para o cinema, pois não deixariam ela entrar caso ela fosse comprar sozinha. A senhora Miller a ajuda e a partir daí a garota aparece no apartamento da senhora Miller e tira sua vida dos eixos, porém de uma maneira bem misteriosa e um pouco assustadora.
O conto é narrado em 3ª pessoa, narrador onisciente. Existe uma duplicidade presente na construção das personagens, em algumas partes do conto acreditamos que uma é o reflexo da outra (mais nova) até mesmo que a Miriam é um desejo guardado a muito tempo na mente da senhora Miller (desejo maternal) que ganhou "vida" e agora a atormenta.
Outros momentos o leitor pode achar que Miriam é um fantasma agourento que aparece para assombrar a senhora Miller. As interpretações sobre o conto e as personagens é um leque de possibilidades. O conto é gostoso de se ler e fixa na mente, gera discussões prazerosas sobre o enredo, personagens e cenário que se passa, e podemos contar com aquele friozinho na espinha com o fim do conto que faz arrepiar os cabelos (leiam). 

Sobre minha percepção das personagens acredito que Miriam faz parte da senhora Miller, e que a garota seja um sonho que a senhora teve ou tem sobre a companhia perfeita para sua solidão, porém a aparição da garota é tão fantástica e abrupta que isso assusta consideravelmente a senhora Miller, que já se acostumou com sua vidinha sem muita emoção, porém percebemos que lá no finalzinho do conto, que a senhora Miller mesmo relutante sente falta e quer aceitar que precisa da garota e a garota precisa dela, pois ambas se completariam e se complementariam. 
Claro posso está errada, pois como disse o conto abre um leque de considerações e cada um é um mente e mentes pensam deferentes.


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Alter Bridge e Audioslave – Quando o fim é o recomeço.

Todos nós sabemos que muitas bandas acabam chegando ao seu fim, por diversos motivos. Isso é algo triste, pois muitos fãs ficam a ver navios com seus ídolos se separando, interrompendo carreiras promissoras muitas vezes apenas por incompatibilidades de ideias internas.
Mas existem casos onde a destruição leva a construção, ao renascimento. Nessa situação, podemos citar as bandas Creed e Rage Against the Machine, que acabaram originando Alter Bridge e Audioslave, respectivamente.

  
Creed é uma banda de post-grunge norte-americana formada em 1995 na cidade de Tallahassee, originalmente idealizada pelos amigos Scott Stapp (vocal) e Mark Tremonti (guitarra), tendo Scott Phillips (bateria) e Brian Marshall (contrabaixo). A banda emplacou diversos sucessos nos anos 90 e inicio de 2000, entre eles as mais conhecidas With arrms wide open e, My sacrifice e One Last Breathe. Após a saída de Scott Stap, em junho de 2004, para seguir carreira solo, o que parecia o fim de uma trajetória brilhante deu origem a uma nova banda, nomeada Alter Bridge. O nome se deve em homenagem à uma ponte localizada na cidade de Mark Tremonti, local esse que sua mãe sempre o proibia de ir. O uso do nome foi uma alusão à ir mais longe, em locais antes inalcançáveis, tomar novos rumos.
A banda foi formada a partir da união dos integrantes da formação do Creed, unidos ao ex-vocalista da banda The Maynfield Four, Myles Kennedy, e emplacou musicas excelentes, dentre elas Open your Eyes, In loving Memory Watch Over You.
Com o retorno do Creed às atividades em Abril 2009, esperava-se o fim da banda, mas isso não aconteceu, e os projetos seguiram em paralelo. E 2012 o Creed entrou em hiato novamente, mas o Alter Bridge continua na ativa, e lançou seu último disco em 2013, intitulado Fortress.
Caso parecido aconteceu com a banda Rage Agaisnt the Machine. Formada em 1991, o grupo é composto por Zack de la Rocha (vocal), Tim Commerford (vocalistabaixista e backing vocals), Tom Morello (guitarra) e Brad Wilk (bateria). O RATM, como é conhecido pelos fãs ficu conhecido por suas letras ácidas de protesto, sendo umas das bandas mais polêmicas da década. Sucessos como Guerrilla Radio, Killing in the name off Fuck the Police mostram a mistura de instrumental pesado e vocal inspirado no Rap que levou o RATM ao topo das paradas.



Em Outubro de 2000, o vocalista Zack de la Rocha abandonou a banda para seguir seus projetos pessoais, que incluíram o EP da banda One day as a lion, uma mistura de Rock, Metal, Rap e Punk, mas que não chegou a passar disso: Um único disco com três faixas (diga-se de passagem, excelentes, com destaque para Wild International). Ao mesmo tempo que Zack seguia seu caminho, os demais integrantes do RATM se uniram a Chris Cornell, ex-vocalista do Soundgarden, e formaram o Audioslaveum projeto com uma sonoridade diferente e única, mas mantendo os solos característicos de Tom Morello. A banda lançou três álbuns de sucesso, recebendo três indicações ao Grammy e emplacando sucessos como Like a Stone, Gasoline Show me how to live, e conquistou seu espaço no cenário musical.
Em 2007, Cornell anunciou sua saída da banda, e os demais integrantes anunciaram a reunião do RATM, para um retorno que deveria ser momentâneo, mas terminou por se estender até os dias atuais. Cornell anunciaria também a reunião do Soundgarden mais tarde, em 2010.


Como pudemos ver, as vezes o aparente fim da origem a novos começos, que terminam por nos apresentar novos projetos excelentes, trazendo diversidade para nós fãs. Resta apenas torcer para que mais casos como esse aconteçam no fim de bandas conhecidas, para que tais talentos não se percam e sejam esquecidos. 

Confira algumas músicas dessas bandas.






domingo, 14 de agosto de 2016

That '70s show



Continuando nesta vibe meio retrô desde a minha publicação sobre Stranger Things, vou falar hoje sobre uma série também atemporal, mas que não é nenhuma novidade, tendo em vista que é uma produção dos anos noventa, no entanto, vivenciada na época dos anos setenta. Apesar de ter feito muito sucesso na época e ser exibida em várias emissoras aqui no Brasil, não vejo ou ouço muitas pessoas falarem se já assistiram, então, vou deixar a dica para as demais pessoas que, assim como eu, demoraram a conhecer esta produção tão maravilhosa.



Conheci That '70s show através da indicação de uma amiga e desde então não consegui mais parar, considero-a uma das séries mais engraçadas e divertidas que já vi, dessas que você não consegue conter o riso alto enquanto assiste sozinho e faz com que as pessoas ao redor te achem um louco. Uma das motivações para que eu visse a série além do fato de ser muito engraçada e retratar uma década tão encantadora quanto os anos 70 foi o maravilhoso elenco, que inclusive lançou talentos hoje famosos como Ashton Kutcher, Mila Kunis, Topher Grace e a maravilhosíssima que está roubando a cena em Orange is the new black, Laura Prepon.




O enredo da série é bem comum, trata-se de um grupo de amigos adolescentes da década de 70 que se encontram, geralmente, no porão de Eric (parece que as produções americanas tem uma queda por porões) para conversarem e vivenciarem todos os seus dilemas de adolescentes, com assuntos que vão desde a própria amizade, relacionamentos amorosos e familiares, questões escolares e etc., tudo com direito a picolés, cervejas e brisas (se é que me entendem) que aconteciam no que eles chamavam de "o círculo", onde o cigarro era passado de um para o outro enquanto falavam, seguido por um efeito de câmera que seguia esse esquema. 



Por se tratar desta década, a série aborda assuntos bem típicos desta época como o que já deve-se notar, as drogas, o feminismo, questões econômicas e etc., com direito a gírias bem características também, man! 



Eu gostaria de falar de cada personagem de forma individual, pois cada um tem sua contribuição bem positiva e fundamental, talvez o que faz a série ser tão completa, em se tratando das características distintas dos personagens mas que ao mesmo tempo, promovem um equilíbrio bem agradável, entretanto o que eu acho mais legal é você descobrir esses personagens conforme a progressão da série (e também pra deixar vocês curiosos e irem assistir, rs). Outra coisa bem interessante em bem a cara dos anos 70, são as imagens totalmente psicodélicas nas trocas de cena, envolvendo os personagens ou elementos típicos do ambiente da década.




Curiosidades: 

O tema de abertura, a música In the street de Cheap Trick, sofre algumas alterações de temporada para temporada, como a posição/inclusão dos personagens sentados no carro e até o ritmo da música.



Muitos episódios da série são intitulados com nomes de músicas de bandas famosas da época como Led Zeppelin, The Who, Rolling Stones e Queen.



Em vários momentos em que os personagens ficam sonhando acordados, eles usam várias referências da cultura da época, sendo encenando programas ou cenas famosas de produções influentes como Star Wars, Liga da Justiça e Grease.


sábado, 13 de agosto de 2016

Diário de Leitura - Outlander: A libélula no âmbar (Diana Gabaldon)




                                                           
Título: Outlander: A libélula no âmbar
Autora: Diana Gabaldon
Ficção/Aventura/ Fantasia
Editora: Saída de Emergência
Ano: 2014 / 944 páginas
Idioma: Português

Resumo: Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo... e sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII.

O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Mesmo com tudo o que conhece sobre o futuro, como será possível salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?

Primeiras considerações

Estou na página 110 desse segundo livro da série Outlander, a história começa 20 anos depois de Claire retornar do passado, o leitor vai descobrindo aos poucos o que aconteceu com ela, ainda não cheguei na parte das explicações e acontecimentos que levaram Claire retornar do século 18 para o século 20.  O livro anterior terminar com o casal Claire e Jaime indo para França, portanto o leitor espera respostas do que aconteceu com as personagens, e essas respostas estão sendo dadas aos poucos nesse segundo livro. Ainda estou muito no começo da leitura, e gostando das novas personagens apresentadas, no caso a Brianna e o Roger, gosto mais dele, pois ele tem sido até agora uma personagem cativante, enquanto Brianna é uma chata. 
E os acontecimentos históricos e pessoas famosas da história francesa, inglesa e escocesa estão começando a ter mais espaço dentro da narrativa, pois estão sendo bem mais exploradas para dar maior ênfase ao pano de fundo da história desenvolvida por Gabaldon, que no caso é o levante Jacobita coordenado por Charles Stuart.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

As ruínas circulares (Jorge Luís Borges) - Quinta do Conto


Nunca li nada de Borges antes desse conto, me enrolei um pouco para entender do que se trata o conto, me senti confusa em algumas passagens da leitura, e tive que reler para poder pelo menos escreve algo razoável.
Pelo que pude perceber do conto o narrador é onipresente e onisciente, ele é narrador e espectador do que está acontecendo na história, ele sabe tudo pois ele viu tudo o que ninguém mais viu, através do narrador o leitor conhece a personagem central o "velho Mago" e sabemos dos sentimentos dele. 
Esse "Mago" se refugia em um templo para realizar seu sonho de sonhar com um homem perfeito e que de tão perfeito esse homem se torne real. Muitos dias se passam e o seu sonho vai tomando forma até se tornar real, porém o mago descobre que seu filho que não pode ser queimado (pois é o homem perfeito de seus sonhos) está descobrindo que é apenas um sonho, uma ficção (uma criação da mente do Mago), e no momento que o Mago tenta salvar seu filho do fogo, descobre que ele também não pode arde nas chamas e que portanto também é obra de um sonho de outra pessoa.
Esse conto me lembrou muito o filme A origem, posso até está falando bobagem, mas a ideia de está sonhando dentro do sonho de outro, ou ser obra do sonho de outro me remete ao filme. O conto fala sobre a criação do ser humano como ser perfeito, a existência e a noção de realidade ou sonho. Se olharmos para o filme A origem vemos essa noção de realidade ou ficção (sonho).
O conto mexe com a ideologia de realidade ou ficção, como saber se estamos sonhando? só saberemos se  não nos machucarmos fazendo coisas que no mundo real nos machucaria. Também pensei ao ler na ideia de que sonhamos com o que desejamos inconscientemente, o Mago quer sonhar com o homem perfeito, o homem sem nenhum defeito moral nem físico, e no contexto o Mago é o sonho de alguém, porém em minha concepção ele também pode ser a ideia de homem perfeito que está sendo sonhado por alguém que desejou o mesmo que ele.


O próximo conto: Miriam - Truman Capote

Conte-nos o que achou, deixe sua opinião nos comentários.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O natal de Poirot - Agatha Christie

crime yorkshire escritor desaparecimento


Comecei a ler os livros de Agatha Christie acho que eu tinha uns 16 anos, me encantei pela escrita dela e por seus personagens misteriosos, como faz muito tempo que li, algumas das histórias não lembro muito, então resolvi reler.


O primeiro livro que reli foi O natal de Poirot, esse livro nos traz a família Lee que a pedido do tirano chefe da família Simeon Lee se reúnem para comemorarem o natal juntos, reunindo portanto o filho rebelde que volta a casa depois de anos sem ver ninguém da família, o filhinho preferido da mamãe (que culpa o pai pela morte da mãe) vem com sua mulher, o filho pão duro também confirma sua presença com a esposa, e o filho responsável que mora com o pai desde sempre também estará presente para a comemoração do natal, porém outros convidados serão anexados ao natal da família Lee, como a neta desconhecida da falecida filha do senhor Lee, e o filho de um amigo do Sr. Lee,  temos formado um quadro de convidados interessantes de para o natal.  Porém na véspera de natal um barulho horrível de luta e um grito mortal se espalha pela mansão, o barulho vem do quarto do chefe da família, todos correm apavorados para descobrir o que está acontecendo, porém a porta está trancada e ao derrubá-la encontram o Sr. Simeon Lee morto de uma forma brutal. Dois detetives passam a investigar o caso e o Sr. Hercule Poirot é contratado por um dos filhos para ajudar a descobrir o assassino.


Agatha nos coloca em meio as discussões e problemas familiares onde todos que estão na casa até os empregados são possíveis assassinos, pois todos presentes ali tinham motivos para querer o velho Sr. Lee morto. Uma trama muito bem armada que ao final o leitor se ver encaixando os detalhes junto com o detetive Poirot e dando sentido a descoberta do verdadeiro assassino. 


Amo a forma que Agatha coloca os pequenos detalhes e depois os fazem se encaixar perfeitamente ao desfecho do mistério, uma escrita envolvente, um labirinto de palavras que ao ser devidamente montado revela de maneira simples e grandiosa a solução do mistério.