sexta-feira, 22 de julho de 2016

TERROR NACIONAL: Quando Eu Era Vivo- FILME

Escrevi um pouquinho sobre "Boneco do Mal" em outro post, e a dica de hoje é outro filme de Terror, só que nacional. Não, você não leu errado, é nacional mesmo. 

Sabemos que a maioria das produções cinematográficas brasileiras, em sua maioria, são comédias, e temos alguns dramas também, mas a maioria são comédias. Já o gênero Terror é menos comercial e quase não se houve falar. Mas, Daniel, você não disse que não curtia muito o gênero e já está postando Terror novamente? Pois é, gente. Estava em casa, em uma noite, liguei a TV e estava começando "Quando Eu Era Vivo" (2014).

Eu já tinha ouvido falar, porém não tinha parado para prestar atenção de fato no filme. A direção é de Marco Dutra que junto com Gabriela Amaral fazem o roteiro adaptado do romance do escritor Lourenço Mutarelli " A Arte de Produzir Efeito sem Causa" (2008). O elenco conta nomes de peso: Antônio Fagundes, Marat Descartes, além de Gilda Nomacce, Helena Albergaria, e a grande surpresa: a cantora Sandy Leah.
No longa, Júnior (Descartes) resolve largar tudo, sua esposa, seu emprego e acaba indo morar com o pai (Antônio Fagundes). Júnior acaba se deparando com Bruna (Sandy) uma estudante de música que agora ocupa seu antigo quarto (ela alugou). Júnior logo começa a sentir um forte interesse por ela. A estadia de Júnior na casa acaba por se prolongar, e ele começa a apresentar um comportamento muito estranho quando começa a relembrar coisas de seu passado. Através de fitas Cassetes que ele vê podemos notar que a mãe dele era praticante do ocultismo. Nos vídeos a mãe aparece colocando uma espécie de gesso sobre as cabeças dos filhos, é, Júnior tem um irmão, e os dois participam desse ritual macabro e satanista.

Júnior começa a fuxicar outros objetos antigos, em busca de conhecer melhor a mãe e ele acaba acreditando que ela quer enviar-lhe algum tipo de mensagem. Ele acaba achando rabiscos e letras de músicas supostamente feitas por ela.

O comportamento do filho gera uma preocupação no pai que Fagundes interpreta muito bem. Um cara alegre que tenta ajudar a acabar com com a inquietação e paranoia do filho, que ele acredita estar doente.

Muitas coisas sobrenaturais começam a acontecer. Gavetas abrem sozinhas, coisas fantasmagóricas e outras  forças ocultas começam a se manifestar. O interessante no filme é que a casa parece mudar conforme o personagem Júnior  também vai mudando. Quando ele chega na casa, a  residência é toda iluminada; conforme o tempo vai passando os cômodos parecem envelhecer e a fotografia do filme muda, fica bem mais escura e sombria, como o próprio Júnior.
























A figura de Bruna é deveras curiosa. Ela apesar de assustada parece ser a mais de boas do grupo com tudo isso, e tenta ajudar Júnior com a letra da música. Ela é a única (tirando o irmão de Júnior) que parece compreendê-lo ou tenta compreender.

O figurino de Bruna, a figura em si, se assemelha muito com imagem de Sandy na vida real, eu acredito que propositalmente. Nota-se que em algumas cenas a obsessão de Júnior por ela é evidente, ele parece querer saltar em cima dela, louco de desejo. Inclusive tem uma cena que evidencia bem isso, bem explicitamente ,(não irei falar para não dar spoiler) um desejo reprimido que muito marmanjo deve ter feito na vida pensando nela; Sandy que no imaginário social já foi considerada símbolo sexual por sua beleza e até mesmo por causa da imagem de santinha (é provocativa).

No entanto, o filme não é "mais um filme da Sandy", como dizem por aí, pelo contrário. Ela faz um papel muito singelo, porém significativo, não deixando margem para críticas favoráveis ou desfavoráveis, não chega a se destacar muito. Porém, sua presença é fundamental e deve ser compreendida. Quando Bruna começa a cantar a música da mãe de Júnior "Serpente da Noite" ouvimos a voz de anjo de Sandy num enquadramento demoníaco. Um paradoxo no mínimo perturbador. A música do diabo vai ficar na sua cabeça por alguns dias.

E é exatamente isso o que a mãe de Júnior quer a cabeça de todos da família.

 Não irei fazer uma crítica muito aprofundada. Você, caro leitor, ao ver o filme vai perceber que o diretor implantou alguns elementos de filmes Hollywoodianos, lembrando um pouco " O iluminado" (na figura de Júnior, principalmente) e até " O sexto sentido" entre outros, mas não chega perto. O filme não é eletrizante, na minha opinião, mas nem por isso chega a ser ruim. Ele faz parte dos filmes com pegada underground que é o grande barato, mas merecia ser mais explorado e o diretor poderia ter ousado mais. Se merecia um pouco mais de ação? Talvez, mas não é bem por aí. Mas apesar disso, eu diria que é bom filme. Tem uma história original, é muito sugestivo, tem um clima de tensão bem elaborado. Se ele não assusta com certeza, atormenta. Tem muitos elementos críticos. A atuação que mais se destaca na minha opinião é a do Marat apesar de Fagundes também ter sido muito bom. E Helena e Albegaria tem cenas interessantes! Sandy vem somar no elenco,e as músicas do filme são muito boas. Muita gente vai achar que foi jogada de Marketing do diretor, acredito que em partes, sim, mas não foi o foco principal, assistindo você verá. Coloca sua opinião nos comentários!


Trailler do Filme:

https://www.youtube.com/watch?v=DblmBhNSmmI


Um comentário:

  1. Nossa gostei muito da sinopse se de seus comentários sobre o filme, fiquei cuirosa para assistir.

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