Quando uma série é realmente boa não é de se estranhar que logo uma febre passe a atingir todo um publico ligado no universo das séries, geralmente este é um processo rápido que logo se espalha num período equivalente a algumas semanas, e se for uma série revelação de boa qualidade mesmo, este período ocorre em questão de dias, principalmente quando se é uma série que é disponível integralmente por temporada como ocorre com as produções da Netflix, em que um telespectador consegue ver uma temporada em questão de poucos dias ou, dependendo da duração e de quão boa ela é, em questão de horas. Foi o que ocorreu com Stranger Things, a estréia foi um estouro e não demorou muito até que as redes sociais estivessem recheadas de comentários e memes a respeito. Eu vi que a série ia estrear e me interessei, mas era um plano futuro até colocar em dia as outras que acompanho, mas isso não aconteceu pois a curiosidade foi maior, não aguentava mais ver tanta gente comentando e tantos memes sem que eu compreendesse, cheguei a acessar o Facebook certo dia e de dez posts que eu via, oito eram referentes a série, foi o bastante para reservar esse final de semana para assistir e levar menos tempo do que esperava.
A série não é muito longa, ela se resume a oito episódios em torno de 40/50 min, cada episódio, um capítulo, e todo o mistério tem um ponto inicial a partir do sumiço de um dos personagens, o qual dá o nome ao primeiro capítulo, intitulado de "O desaparecimento de Will Byers", o sumiço do menino mexe com toda a cidade, pois envolve várias questões que vão se mostrando no decorrer dos capítulos. É uma história voltada ao universo infantil, mais especificamente no período dos anos 80, portanto, quem for dessa época vai curtir a série não só por sua qualidade, mas também se encantar em tom nostálgico pelos detalhes provenientes dessa época e também pelas infinitas referências, que vão desde E.T.-o extraterrestre (foram as referências que eu achei mais nítidas) num clima mais descontraído e divertido, até o filme Alien, num tom mais aterrorizante. Claro que conhecer pelo menos algumas obras que inspiraram a série a torna bem mais interessante, mas o enredo encantador cativa a qualquer um, seja aos que vivenciaram ou simpatizam por essa época até o público mais novo, que se mostrou muito envolvido e empolgado com a produção, que posso dizer que chega a lembrar bastante os filmes do Spielberg. E as referências não param por aí, além dos já citados, pode se observar influências de filmes como Os Goonies, Conta comigo, Poltergeist, O Iluminado e vários outros típicos dos anos 70-80.
Tenho uma opinião bem positiva da série, gosto muito de produções que envolvem o universo infantil, ainda por cima quando se tem um elenco maravilhoso que faz você se apaixonar ternamente por personagens como o Mike, o amigo fiel e anfitrião dos jogos de RPG em seu porão; Lucas, o corajoso e ao mesmo tempo irritado e ciumento; Dustin (<3), o menino banguela e o mais espalhafatoso, mas ao mesmo tempo o mais racional que mantem o grupo unido e pensa fora da caixa; e Eleven, de uma seriedade encantadora, com poderes sobrenaturais que os ajuda a descobrir o mistério do sumiço de Will, que eu considero o mais introvertido e sensível, e acaba também envolvida no código de fidelidade de amigos, estes os quais apresentam características bem típicas de crianças que sofrem bullying no colégio, que aliás, também é retratado na série.
Nota-se que a história é totalmente envolta numa atmosfera de ficção científica, da qual souberam juntar bem todas as pontas para que não ficasse parecendo um monte de referências soltas reunidas, referências estas já ditas que foram pensadas como base para o enredo e o cenário. Como já mencionei, apesar de ter uns momentos mais adolescentes, adultos ou tenebrosos, a maior parte da série se concentra nas crianças, e talvez por isso algumas pessoas que se identificam mais com produções mais adultas possa não as interessar tanto, mas é uma ótima série da qual eu indicaria para qualquer pessoa.
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