Apesar de o filme já ter alguns anos, só o vi há poucos dias devido a uma atividade da faculdade, naturalmente eu possivelmente nem o teria visto, já que nunca havia recebido nenhuma indicação nem me deparei com alguma crítica positiva, talvez tenha feito muito sucesso na época mas acabou me passando despercebido, tendo em vista que há nove anos atrás eu só via o que passava na TV. Pois bem, assisti o filme e o achei muito interessante, não é o primeiro com a temática de preconceito racial e apesar de também ser um daqueles filmes com uma mensagem bonita no final de motivação e volta por cima, não o vejo como uma utopia que muitos retratam sobre o fato de que "não exista mais discriminação", pelo contrário, ele mostra que não se deve baixar a cabeça mesmo diante de tanta indiferença em relação a uma coisa que infelizmente ainda nos assombra.
O grande desafio (do original The Great Debaters) é um filme dirigido
por Denzel Washington com roteiro de Robert Eisele, sendo baseado na história
de vida de Melvin B. Tolson, este o qual é interpretado por Denzel Washington,
que além de dirigir, também atua no filme como o professor de uma universidade
voltada para negros no Texas, local onde se concentrava altos índices de
preconceito contra os negros por volta dos anos 30.
A história é focada em um
grupo de debates formado pelo mencionado professor universitário, que tem como
meta encorajar seus alunos a participarem de diversos debates com a finalidade de
propagarem opiniões a respeito das injustiças que enfrentam entre os mais
variados eixos temáticos apresentados nos eventos. O grupo, formado por Henry
Lowe (Nate Parker), Samantha Booke (Jurnee Smollett), James Farmer Jr. (Denzel
Whitaker) e Hamilton Burgess (Jermaine William), escolhidos rigorosamente por
Tolson, que além de ser negro também é comunista (vertente também não muito
aceita na época). O grupo começa a participar de vários eventos já com a
inovação de possuir uma mulher entre os componentes e participa inicialmente de
embates entre outras universidades destinadas aos negros, sendo os vencedores
sucessivamente, até finalmente receber o tão esperado convite para debater na
universidade de Havard.
A obra cinematográfica
traz a tona diversos assuntos polêmicos como já se deve notar, além dos temas
já mencionados, como o preconceito racial (tema central do filme), participação
feminina em ocasiões de interesse público e o menosprezo contra determinadas
linhas políticas, o filme também apresenta a realidade do negro perante a
sociedade da época quando demonstravam opiniões contrárias ou resistência as
condições de opressão, das quais se resumiam a linchamentos, maus tratos e
humilhação e também aborda temáticas como o fato
de os negros não poderem frequentar os mesmos ambientes que os brancos, muito
menos as mesmas universidades, tema de um dos debates mais aguardados.
Com o intuito de mudar o
quadro da época e expor suas opiniões, os membros da equipe de debates utilizam-se de suas valentias de dizer o que pensam sem medo da
censura, pois a questão em que se dão mais importância é o poder das palavras e
acreditam que, com isso, a justiça possa ser conquistada, até porque “lei injusta
não é uma lei para todos” (citação do jovem Farmer Jr., inspirado em Santo
Agostinho).
Dentre todos os filmes
que já assisti com a mesma temática, este é um dos que mais me chama atenção
pela sua inovação ao utilizar um discurso autêntico e por apresentar diversas
temáticas dentro do preconceito racial, de modo que nos faz refletir sobre tais
temas com a certeza de que devemos progredir a cada dia na luta contra este
tipo de preconceito pois, mesmo com algumas mudanças e conquistas, o mesmo
ainda é constantemente enfrentado pelos negros de todo o mundo.
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