sexta-feira, 8 de março de 2013

"Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”.


O livro de Fraz Kafka começa assim maravilhosamente com a frase dessa postagem. A Metamorfose, de Franz Kafka, é imortalizado na história por causar horror e fascínio que causa nas pessoas. O romance se tornou um clássico germânico do último século, porém permanece com uma filosofia bastante atual.  Kafka retrata o homem moderno do início do século XX com um talento invejável.
 
A história se passa na Europa dos anos 1910, da Belle Époque, que de bela, para gente comum como Gregor Samsa, não tinha nada. Gregor era caixeiro-viajante, e a profissão, para ele, preenchia toda sua vida. Isto porque ele trabalhava não só por si próprio, mas pelo pai, inválido e detentor de uma dívida enorme a qual Gregor procura sanar, pela mãe, velha, asmática e incapaz, e pela ingênua irmã. Toda a família depende do trabalho de Gregor para sobreviver, por isso confiavam nele, apoiavam-no. Estranhamente, até mais do que isso: parasitavam-no, tornando-o escravo do trabalho. Até o dia que ele acordou transformado num inseto. A partir dessa metamorfose física, a vida da família sofre um abalo enorme. O pai deve voltar a trabalhar, a casa deve ser disponibilizada a fim de receber hóspedes, até mesmo a irmã tem obrigação de arranjar um emprego. Porém mais importante do que isso, as relações intrafamiliares sofrem alterações significativas. Para o pai, Gregor passa a ser um “peso morto”, imprestável. Para a mãe, objeto de repulsa. Para a irmã, amorosa mesmo depois da transformação, também passa a ser um empecilho. Agora, ele era o parasita. A metamorfose física de Gregor originou uma metamorfose de valores na família, inclusive para o próprio Gregor. Este que aceita sua posição de inseto, só lamenta pelo fato de não poder mais trabalhar e suportar sua família. Com o passar do tempo, Gregor cai numa solidão sem volta, influenciado pelo cada vez mais evidente desprezo das pessoas pela sua forma, e morre de maneira reflexiva, pensando no mundo que o consumiu e que desejou seu fim. Depois da morte solitária de Gregor, a família Samsa desponta para a vida, levantando do seu mormaço casual.

(A obra é fascinante, mostra como todos nós podemos estar "mortos" por dentro, aceitando situações nada humanas que se passam no nosso cotidiano sem nos levantar-mos para as combater ou simplesmente perguntar "porquê". No caso Gregor não questiona sua nova situação. Como a história se passa na Belle Époque podemos dizer que a figura monstruosa qual o personagem se torna nos mostra que a  Belle Époque  era  um esconderijo para coisas feias, nojentas e absurdas que ficavam escondidas por baixo das maquiagens, perfumes, luz e brilho que o governo fazia com que o povo buscasse unicamente por essa "beleza" alienando e tendo em rédeas curtas e acomodados minha visão pode se errônea pois o livro tem vários questionamentos a serem analisados. Trazendo para os dias atuais para nossa realidade, acordamos todos os dias sabendo das mazelas do mundo, porém não falamos, não agimos, apenas nos transformamos, em que? basta olharmos no espelho, é claro que alguns irão dizer não eu não sou assim, mas será que não? dirão eu corro atrás eu reclamo, luto etc, quem não luta? quem não corre atrás? quem não reclama? essa é a única diferença que vejo entre nós e Gregor Samsa)
Podemos dizer mais como está na Wikipédia (nossa amiga de todas as horas) A história é sobretudo uma história de alerta à sociedade e aos comportamentos humanos. Nesta história, Kafka presenteia-nos com a sua escrita sui generis, retratando o desespero do homem perante o absurdo do mundo.
Interessante perceber que em nenhum momento da obra Gregor se dá conta realmente que se transformou num inseto. Apenas observa seus novos membros, órgãos e hábitos, mas com o tempo se acomoda na nova condição sem realmente entender no que se tornara.
Gostei muito, por sinal me lembrou um outro livro que os professores de extensão em Literatura e cinema falaram do filme que foi feito baseado na obra literária" O Escafandro e a Borboleta" de Jean Bauby, qual só li um resumo ambos que teem traços comuns.

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