sábado, 16 de fevereiro de 2013

Espelho, espelho meu...


A aparência hoje em dia é um dos requisitos mais exigentes da sociedade, principalmente quando se trata de poder ou algo parecido, quem não adora estar envolto em um traje elegante do qual faz você aparentar estar em um alto patamar? Pois é, é o grande poder da vestimenta. No entanto, muitas das vezes a vaidade excede você e acaba apagando a sua verdadeira imagem, o que na minha concepção é um grande problema.

Comecei falando a respeito disso porque o objeto da minha postagem de hoje é o conto "O Espelho" de Machado de Assis, onde o personagem principal, Jacobina, acaba perdendo todo o seu "Eu" devido a um cargo que exercia. O conto foi trabalhado na matéria de literatura do curso de letras que faço alguns dias atrás e achei interessante trazê-lo para aqui e fazer uma pequena análise.




A história é o seguinte: Jacobina é nomeado alferes da Guarda Nacional e todos os membros da  família e os seus amigos passam a tratá-lo com mimos e cortesias, chamando-o apenas de “Alferes”, fazendo com que a sua personalidade atual deixasse de existir a partir do momento de sua nomeação. Ele é convidado a passar algumas semanas no sítio de sua tia, onde acabou ganhando um espelho que futuramente iria mudar sua vida. Neste período, sua tia se ausenta para visitar a filha doente e deixou o sitio sob a sua guarda. Ao se encontrar sozinho na casa, procura algo para acabar com a solidão, é quando resolve se olhar no velho espelho. No início ele vê apenas uma imagem desfocada, mas ao colocar a farda, a imagem passa a ficar nítida. Por fim, esse procedimento acabava durando por no mínimo duas horas todos os dias. Contemplar aquela imagem tornou-se  a única rotina de sua vida nos dias seguintes e acabou afetando sua mente e o percurso de sua vida.

Isso é só um pequeno exemplo de quanto uma patente pode exaltar ou diminuir uma pessoa, vemos sempre interesses envolvidos na questão da "farda" que se usa, como se a personalidade da pessoa não importasse em nada, como se fosse um detalhe que devia ser ignorado. Uma questão de mero interesse e vaidade.

Pra quem ainda não leu esse maravilhoso conto do grande Machado, seque aí o link do download:

Até mais.

Simony

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