sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O retrato ( The bookman's tale) - Charlie Lovett

Sinopse: 1995. A morte precoce de Amanda Byerly foi um golpe duro, que encheu de tristeza o coração de seu marido, Peter. Mais introspectivo do que nunca, ele decide deixar os Estados Unidos e se instalar na Inglaterra, onde passa a se dedicar à recuperação e à negociação de livros raros.

Em um de seus dias de pesquisa solitária, Peter se depara com o retrato de uma jovem muito parecida com sua amada esposa, guardado dentro de um livro. A semelhança impressiona, mas a aquarela foi pintada há muito, muito tempo. Trilhando um sinuoso caminho entre a era vitoriana e o final do século XX, Peter passa a investigar a origem do misterioso retrato. As pistas acabam por levá-lo a se envolver em um mistério histórico: uma obra perdida do dramaturgo William Shakespeare.


UM LIVRO FEITO PARA AQUELES QUE AMAM OS LIVROS.
Um amante de livros, um homem solitário, apaixonado e obsessivo são características de Peter Byerly, o que tem demais nisso? nada demais, apenas uma história envolvente que nos levar para o meio da discussão literária que dura séculos, quem era Shakespeare? Ele realmente existiu? Era o Edward de Vere? Francis Bacon? Quem realmente escreveu as peças do famoso dramaturgo Elisabetano?, com essas perguntas e a discussão entre Stratfordianos e Oxfordianos sobre a verdadeira identidade de William Shakespeare, Chalie Lovett nos envolve em um romance de obsessão pelos livros, pela história dos colecionadores, dos falsificadores do maior escritor inglês. Lovett nos mostra Peter Byerly um vendedor de livros que se ver envolto no mistério sobre a identidade de Shakespeare, porém não apenas isso o autor criou um romance que ilumina os apaixonados por livros a acreditar numa possível solução para as perguntas acima (é claro que ele esclarece ser ficção), mas a história é cheia de acontecimentos históricos que povoaram a literatura. Lovett se encarregou de citar escritores, falsificadores e colecionadores de livros que realmente existiram, para preenche de verossimilhança seu texto.

"Aqueles que entrarem aqui busquem não apenas o conhecimento, mas sabedoria"


O passado e presente se envolve de forma lenta e singular, é mostrado ao leitor como os acontecimentos se encaixam sem muita correria nas informações fornecidas na história. 
Eu me encantei com o personagem principal e sua adoração pela esposa e pelos livros, me vi muito nesse personagem e entendi o amor dele pelos livros.

" Antes ele pensava nos livros apenas como seu escudo, mas naquele momento eles pareciam ganhar vida própria, não tanto como obras de literatura ou história ou poesia, mas como objetos, coleções de papel e linha e tecido e cola e couro e tinta."


Algumas descobertas de Byerly são unicamente pela curiosidade de descobrir de quem é o retrato da jovem que é idêntica a sua falecida esposa, o enredo começa a se desenvolver a partir dessa curiosidade de Peter que se ver envolvido em uma trama de falsificações de livros raros, na descoberta da verdade sobre Shakespeare  e na recuperação de sua vida após a morte de sua Amanda. Nos é dado as informações que fazem sentir empatia pela dor de Peter e sua reclusão, Lovett deixa o leitor saber por que Byerly amava tanto sua mulher ao ponto de se refugiar em sua dor, enquanto isso ele também nos guia nos acontecimentos que possivelmente culminaram para não descoberta de escritos pela mão de Shakespeare. 

"Aposto que você nunca pensou que o mundo dos livros fosse tão perigoso."


O mundo de O retrato tem mistério, amor, obsessão, morte,perigo, mentiras e livros.

"...falsificar é contar mentiras. E, não importa quanto você seja bom em mentir, se fizer muito isso, pode se enterrar tão profundamente que a única forma de sair parece ser o assassinato."


Bibliotecas famosas e escritores famosos estão no enredo desse romance e enlaçam-se através de épocas distintas para contar uma história fascinante sobre a literatura inglesa e como mudaria a percepção de muitos e mudo literário se fosse descoberto textos escritos a mão por Shakespeare ou se alguém pudesse provar que realmente foi o famoso dramaturgo. Você é um Stratfordiano ou um Oxfordiano? 

 " Que ele fosse um monumento à tolice, Philip pensou, um tributo vazio ao que acontece com um homem que coloca o dinheiro acima do amor, a rivalidade acima da integridade, a falsificação acima da realidade."


A narrativa é bem amarrada, Lovett consegue com maestria ligar os fatos históricos e seus personagens. O livro me encantou assim que li a sinopse, resolvi não me aprofundar em detalhes ao escrever sobre ele, pois corro o risco de dar spoiler, me diga quem não iria querer: 

"Achar um livro que mudasse a história"








domingo, 20 de setembro de 2015

Thirteen Reasons Why - Jay Asher

"Era exatamente isso que eu queria para mim. Queria que as pessoas confiassem em mim, apesar de qualquer coisa que tivessem ouvido. E, mais do que isso, queria que me conhecessem. Não aquilo que pensavam saber a meu respeito. Mas eu de verdade."


"Você não pode interromper o futuro, nem modificar o passado. O único jeito de descobrir este segredo é apertando play►."

Thirteen Reasons Why em português Os 13 porquês, não é um livro sobre a forma correta de escrever a palavra porquê, mas uma história que nos leva para a vida e morte de Hanna Baker, uma garota que se suicidou e que deixou para 13 pessoas, registrado em fitas cassetes o porquê do envolvimento delas na sua morte. Nas fitas, Hanna explica para cada ouvinte que treze motivos a levaram a cometer suicídio e que cada um deles precisa ouvir todas as fitas e descobrir qual foi sua contribuição.
A história nos leva a conhecer o co-narrador Clay Jensen, um garoto que recebe, como todas as outras pessoas antes dele, as 13 fitas gravadas por Hanna. Acompanhamos Clay na sua agonia para descobrir qual fita pertence a ele e o motivo dele esta envolvido. Durante a narrativas de Hanna, enquanto Clay escuta as fitas, ele nos leva a conhecer os lugares quais Hanna frequentou e ver as pessoas que também fazem parte das razões e são julgados por Hanna como culpados pelo  sua morte.

“Uma pessimista? Uma otimista? Nenhuma das alternativas. Uma idiota.”


O leitor como Clay é levado a curiosidade de descobrir cada motivo e seus envolvidos, nós não temos  as fitas, porém a cada página há um novo cenário, uma nova razão e um novo culpado que nos envolve com a narrativa e prende a atenção do leitor a vida torturante, triste e depressiva de Hanna. Muitos das razões que Hanna nos apresenta achei fútil e pequena, mas me coloquei no lugar dela em muitas das situações, senti a dor da personagem, seu medo, suas dúvidas e dor, me perguntei muitas vezes durante a leitura se ela poderia está viva, mas é bem claro desde o inicio que ela está morta. Clay sofre por estar nas fitas, sofre por Hanna e pelas pessoas envolvidas. 
Faz bastante tempo que li e não quero dar spoilers, e algumas coisas nem lembro, mas é uma leitura que me marcou, e as pequenas coisas que as pessoas presentes nas fitas de Hanna fizeram elas podem até parecerem sem valor e importância para quem pratica, porém para quem sofre o bullying como Hanna sofreu essas coisas são gigantes, tão gigantes que chegam a esmagar.